HISTÓRIAS DE FANTASMAS - FAMÍLIA ROMANOV
Normalmente
quando uma família inteira é assassinada brutalmente numa cave de uma
forma misteriosa sem que ninguém saiba ao certo o que aconteceu,
espera-se que os fantasmas relacionados com essa mesma família sejam
eles próprios. No entanto, a verdade é que, à excepção de raros relatos
de pessoas que afirmam ter visto os Romanov na Igreja de Todos os Santos
em Ekaterinburgo, (construída no local onde os corpos foram
encontrados), e o fantasma da Czarina a vaguear pelo Palácio de
Alexandre, as histórias de fantasmas que estão ligadas à última família
imperial russa falam mais daqueles que os assombraram do que daqueles em
que se tornaram.
Algumas dessas histórias espalharam-se por biografias, rumores e notícias...
um empregado do Museu do Palácio de Alexandre afirmou ter visto o fantasma da Czarina vaguear os corredores
Uma
das primeiras histórias de fenómenos paranormais que, potencialmente,
atormentavam a última família real russa data de 1894, ano em que
Nicolau II se tornou czar da Rússia e é mencionada num artigo do "Indian
Express" de 1998 intitulado "O Kremlin está assombrado":
"Segundo
a tradição russa, uma visão do fantasma de Ivan, o Terrível, é sempre
considerada como um sinal de mau agoro para quem estiver no poder.
Diz-se que em 1894, quando o último czar Russo estava prestes a exercer
funções e perto do seu casamento com a futura Imperatriz Alexandra
Fedorovna, o espirito de Ivan, o Terrível, era visto com muita
frequência. O czar e a sua família acabariam por ser assassinados pelos
bolcheviques depois da Revolução de Outubro em 1917".
Ivan, o Terrivel
Poucos
anos depois da coroação, em 1898, quando a filha mais velha do casal,
Olga tinha 3 anos de idade, costumava dizer à sua ama, Miss Eagar, que
via e falava com uma senhora velha com um vestido azul. Ninguém fez caso
das afirmações da criança até que, um dia, quando ela e a ama passeavam
pelo Palácio de Inverno, Olga apontou para um quadro de Maria
Alexandrovna, sua bisavó e esposa de Alexandre II que tinha morrido em
1880 e identificou-a como sendo a mulher com quem falava. Esta história é
contada no livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat.
Olga, a filha mais velha do czar, afirmava ver e falar com a sua bisavó, morta 15 anos antes do seu nascimento
Outro
relato sobre os fantasmas que assombravam a família encontra-se na
biografia da ama das crianças Romanov e conta o que aconteceu com as
duas filhas mais novas de Nicolau II, Maria e Anastasia, na noite de 5
de Novembro de 1903 quando a família se encontrava na Polónia na véspera
da morte da prima mais velha das princesas:
"Sem
aviso as duas pequenas Grã-duquesas, Maria e Anastasia, começaram a
gritar e eu corri até ao quarto delas; Encontrei-as a ambas sentadas nas
suas camas com expressões aterrorizadas. Disseram-me que estava um
homem estranho no quarto que as tinha assustado. Os quartos estavam
localizados numa suite, e apenas se podia entrar neles pela sala de
jantar ou pelo segundo quarto e a esse apenas se poderia entrar a partir
de um outro no qual a pequena Princesa [Elizabeth] se encontrava
doente, logo ninguém poderia ter entrado naquele quarto sem o nosso
conhecimento. O médico e o empregado do pequena Princesa tinham passado a
noite inteira entre a sala de jantar e o quarto da Princesa.
Pensei
que a luz do candeeiro podia ter feito com que uma sombra do quarto
vizinho tivesse levado as crianças a pensar que estava alguém no quarto.
Então mudei a posição dele, mas mesmo assim as crianças estavam com
medo, e diziam que ele estava escondido por detrás da cortina. Acendi
uma vela e peguei na pequena Anastasia ao colo, levando-a por todo o
quarto para provar que não havia absolutamente nada para a assustar. O
médico entrava e saía para acalmar a Maria, mas de nada valia a pena:
ela não se acalmava e a Anastasia recusava-se a voltar para a cama,
por isso sentei-me com ela e tentei reconfortá-la. Ela escondeu a cara
no meu pescoço e agarrou-se a mim a tremer. Era terrível para mim vê-la
tão assustada [...].
Segundo a sua ama, Anastasia e Maria também tiveram uma visita indesejada
A
Maria continuava a falar sobre a pessoa horrível e levantava-se da cama
aterrorizada muitas vezes. O médico continuava a entrar e a sair
e contou-me que um médico desconhecido tinha sido chamado ao palácio e
tinha dado uma injecção de cafeína a Elizabeth que sofria bastante
[...]. Quando a Maria voltou a falar sobre o estranho homem, eu
disse-lhe: "Um médico desconhecido veio aqui ajudar o Doutor H. a pôr a
prima Ella boa e talvez tenha passado pelo vosso quarto por engano, ou
talvez o tenham ouvido falar, mas não está ninguém aqui neste momento".
Ela assegurou-me que o estranho não era um médico e não tinha entrado
por aquela porta ou falado.
Subitamente
ela levantou-se da cama e olhou para algo que eu não conseguia ver.
"Oh!", disse ela, "ele foi para o quarto da prima Ella." A Anastasia
sentou-se no meu joelho e disse, "Oh! Coitada da prima Ella, coitada
da Princesa Elizabeth!" A pequena menina morreu na manhã seguinte."
A Princesa Elizabeth morreria no dia 6 de Novembro de 1903, aos 8 anos de idade comFebre Tifóide.
Mas não foi só a última família imperial que teve supostos encontros com o além.
Em
1849, a filha mais velha do czar Alexandre II, a Grã-Duquesa Alexandra
Alexandrovna, morreu com 6 anos de idade. 11 anos mais tarde, em 1860, o
seu pai afirmou ter-se encontrado com ela novamente:
"O
fantasma de Alexandra supostamente apareceu juntamente com o do seu
avô, Nicolau I da Rússia, durante duas sessões espirituais por volta de
1860, organizadas pela Grã-Duquesa Alexandra Iosifovna. O czar e outros
membros da corte interessavam-se por espiritismo, que estava muito na
moda na altura.
Numa
destas reúniões, a mesa levantou-se alguns centimetros, rodopiou e
raspou no chão, formando as palavras "Deus Salve o Czar!" O czar e
outros presentes afirmaram terem sentido figuras fantasmagóricas
tocarem-lhes. Os espiritos responderam a perguntas colocadas por
Alexandre II, fazendo com que as letras do alfabeto que ele tinha
escrito num papel que mantinha em frente de si se mexessem.
Uma
aia afirmou mais tarde que as respostas não tinham a menor importância
para as perguntas colocadas e questionou-os sobre o facto de darem mais
importância a jogos do que a procurar verdadeiras respostas para as
perguntas do czar. A mãe de Alexandra (Maria Alexandrovna) recusou-se a
assistir à segunda sessão por considerar que os fantasmas eram
"espiritos de mentiras" manipulados pelo demónio e que a sua filha não
tinha, de facto, aparecido."
Um dos raros retractos da Grã-duquesa Alexandra Alexandrovna da
Rússia
Para
além destas histórias, várias pessoas afirmam que existem fotografias
da família nas quais são visíveis misteriosas figuras que não deveriam
estar lá naquele momento... cada um que tire as suas próprias
conclusões...
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